Os indicadores do mês de maio revelam que houve crescimento de 14,7% na economia de Caxias do Sul em comparação com abril, quando os efeitos da pandemia fizeram o desempenho econômico local despencar 27%. Indústria, com 28,5%, e o comércio, com 20,8%, apresentaram reação positiva na comparação com abril, mas tiveram forte redução em relação a maio do ano passado. Já os serviços registraram queda de 13,7% sobre abril deste ano e de 38% sobre maio de 2019. É o que mostra o levantamento realizado pela Câmara de Indústria, Comércio e Serviços de Caxias do Sul (CIC) e Câmara dos Dirigentes Lojistas (CDL) e divulgado nesta quinta-feira (23).
No acumulado do ano, a retração da economia caxiense é de 11,9%, com indústria, comércio e serviços negativos em mais de dois dígitos. Ao se comparar maio de 2020 com o mesmo mês do ano passado, a queda da economia é ainda maior: 27%, o que demonstra os impactos da crise do coronavírus. “Abril foi o pior mês até aqui”, afirmou a diretora de Economia, Finanças e Estatística da CIC Caxias Maria Carolina Gullo. Já o indicador que mede o acumulado de 12 meses mostra uma queda menos acentuada de 3,1%, com a indústria e o comércio negativos, e os serviços ainda positivos.
No comércio exterior, houve uma queda de 28,6% no saldo da balança comercial, situando-se em US$ 270 milhões, no acumulado dos últimos 12 meses. As exportações tiveram queda de 27,9% no mesmo período, e as importações, de 27,3%. No destino das exportações caxienses em maio, o Chile se situa na primeira posição, seguido por Estados Unidos, México, Argentina e China. Já entre os países de origem das importações caxienses, a China se mantém na liderança, seguida por Estados Unidos, Itália, Alemanha, Suécia e Índia.
Empregos
No mês de maio, Caxias do Sul perdeu 2.900 postos de trabalho, com todos os setores apresentando saldo negativo no período. No acumulado de 2020, já são 9.115 empregos a menos, sendo a indústria o setor que mais fechou vagas. O estoque de postos de trabalho com carteira assinada hoje em Caxias do Sul é de 144.639.
Também diretor de Economia, Finanças e Estatística da CIC Caxias, Astor Schmitt deu um tom mais otimista para o cenário da economia caxiense. Ele acredita que a confiança demonstrada por parte do empresariado aponta para uma retomada favorável pós-pandemia. “Passada a crise, o trem lentamente voltará para os trilhos”, aludiu. Ele citou o caso da Fras-le, que acaba de concretizar a compra da Nakata Automotiva, com sede em São Paulo, para expandir sua atuação no mercado de reposição, numa transação de aproximadamente R$ 500 milhões. “Nenhuma empresa faz um investimento deste porte se não tiver uma visão positiva de longo prazo”, afirmou.
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