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Pelotas terá Centro Macrorregional de Referência em Autismo

O serviço contará com profissionais das áreas da Saúde, Assistência Social e Educação e será referência para 27 municípios da região

Qualificação com maior abrangência e ampliação dos serviços prestados. Assim se define a nova etapa que consolida Pelotas com o Centro Macrorregional de Referência em Transtorno do Espectro do Autismo (TEA), decorrente da trajetória de trabalho do Centro de Atendimento ao Autista Doutor Danilo Rolim de Moura. A partir de agora, a experiência de Pelotas se torna referência para outros 27 municípios compreendidos pela 3ª Coordenadoria Regional de Saúde em Pelotas, e 7ª Coordenadoria em Bagé. O Centro Macrorregional de Referência em TEA objetiva à organização e ao fortalecimento da rede macrorregional de Saúde, Educação e Assistência Social, no atendimento às pessoas com autismo e suas famílias, por meio de Equipe Matriciadora.

A nova fase para Pelotas se confirmou na última sexta-feira (4), com a aprovação no processo de seleção do Programa Estadual TEAcolhe, que preconiza a integração e a expansão das práticas e atividades em rede. Com um processo bem criterioso, das sete propostas abertas para a criação de Centros Macrorregionais, apenas as de Pelotas, Santa Rosa e Cachoeira do Sul foram aprovadas. Esse reconhecimento foi destacado pela prefeita Paula Mascarenhas, em visita ao Centro, na manhã desta quarta-feira (9), com muito orgulho da iniciativa pelotense.

“Estamos muito satisfeitos com a seleção para sermos um Centro Macrorregional, já que temos uma tradição no atendimento ao autista com o nosso Centro, que é uma grande referência no Estado – o que aumenta a nossa responsabilidade de levar o conhecimento adquirido aos outros municípios da região, já que essa é uma política pública de alto impacto social”, evidenciou Paula.

Acompanhando a prefeita, o secretário estadual de Meio Ambiente e Infraestrutura e deputado licenciado, Luiz Henrique Viana, também comemorou a conquista. “É muito gratificante ver todo esse desenvolvimento, trabalhar pela inclusão. Acompanho esse trabalho desde 2012. Enquanto deputado, criamos a Frente Parlamentar de Conscientização sobre TEA e, hoje, ver essa ampliação, nos enche de orgulho”, descreveu.

Essa conquista, segundo a diretora do Centro de Atendimento ao Autista, Débora Jacks, ratifica o trabalho desenvolvido até aqui. “Iniciamos esta nova etapa, fruto de todo um trabalho já realizado junto aos profissionais da Educação, sempre buscando o melhor para os nossos alunos e famílias. E, agora, consolidamos este trabalho em rede, agregando a Saúde e a Assistência Social”, comemorou.

Ainda conforme Débora, esse avanço também se atribui ao envolvimento de uma gestão pública que incentivou e acredita no crescimento desse serviço desde a sua implantação em 2014.

O que dizem os gestores das áreas

Gestores das novas áreas diretamente relacionadas aos serviços do Centro de Atendimento ao Autista, como a Saúde e a Assistência Social, apontam a importância dessa ampliação. “Associar esse tripé – Saúde, Assistência e Educação – é fundamental para se ter um olhar integral das famílias das crianças que acessam o serviço. Todos ganham, não só Pelotas como toda a macrorregião”, destacou a coordenadora da Rede Materno Infantojuvenil da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), Carmen Viegas.

Na mesma linha, o gestor da pasta de Assistência Social, José Olavo Passos, ressaltou o trabalho integrado. “É um avanço importantíssimo no atendimento aos autistas da cidade e da região. Nossa Secretaria se soma, efetivamente, ao Centro, tendo em vista outros trabalhos já realizados junto a esse segmento”.

Para a Secretaria Municipal de Educação e Desporto (Smed), órgão ao qual o serviço é vinculado desde o começo, é mais um passo de reconhecimento do trabalho do Centro. “O Centro Macrorregional vem consolidar, ainda mais, o que o Município vem construindo ao longo dos anos: um trabalho de qualidade e de fortalecimento de uma educação inclusiva, destacando Pelotas, no Estado todo, enquanto serviço de atendimento ao autista, que agora se amplia de forma intersetorial, incentivando municípios da macrorregião para a criação de referências em autismo na Saúde, Educação e Assistência Social”, frisou a secretária Adriane Silveira.

Proposta de matriciamento

Esse sistema é baseado na metodologia de gestão e trabalho, que busca ampliar os atendimentos e as ações em Saúde, Educação e Assistência Social, por meio da articulação e do compartilhamento de saberes, práticas e aperfeiçoamento da equipe matriciadora. Essa organização visa mapear as necessidades locais, regionais e macrorregional, incentivar a criação de referências em autismo nos municípios e nos serviços da macrorregião e, também, fortalecer redes locais existentes.

O que muda e o que permanece no CAA

Na Educação, o Centro seguirá com o trabalho articulado com as escolas, com os atendimentos na intervenção precoce e no Atendimento Educacional Especializado. Desta forma, permanecem abertos os campos de estágios, pesquisas voltadas ao TEA, projetos articulados com a UFPel e a formação continuada para as redes de ensino e às famílias.

As mudanças ocorrem na organização do Centro Macrorregional de Referência em TEA, que desenvolverá um trabalho de matriciamento, que contará com profissionais como assistente social, psicopedagogo, terapeuta ocupacional, psicólogo e neurologista. Esses profissionais irão desenvolver ações de encaminhamento, estruturação e formações não somente para Pelotas, mas para os demais municípios pertencentes à macrorregião. O acolhimento, os encaminhamentos e a troca de informações dentro dessa rede possibilitará, às famílias, melhor qualidade e agilidade no atendimento.

Débora Jacks explica que a dinâmica da proposta não prevê o atendimento, pelo Centro, diretamente às pessoas de outras cidades. “Os próprios municípios abrangidos atenderão, com orientação e estratégias pensadas com as equipes matriciadoras. Ações que já são realizadas na área da Educação e que, agora, serão expandidas”, reiterou.

Municípios que integram a Macrorregional

3ª CRS: Amaral Ferrador, Arroio do Padre, Arroio Grande, Canguçu, Capão do Leão, Cerrito, Chuí, Cristal, Herval, Jaguarão, Morro Redondo, Pedras Altas,Pedro Osório, Pelotas, Pinheiro machado, Piratini, Rio Grande, Santana da Boa Vista, Santa Vitória do Palmar, São José do Norte, São Lourenço do Sul, Turuçu.

7ª CRS: Aceguá, Bagé, Candiota, Dom Pedrito, Hulha Negra e Lavras do Sul.

Os atendimentos no CAA

Atualmente, os atendimentos a cerca de 450 pessoas são de forma remota devido à pandemia. Segundo a direção, tão logo seja possível, serão retomadas as entrevistas e avaliações que precisam ser feitas, de modo presencial, para o ingresso de novos alunos da lista de espera. Esse processo deverá ocorrer com o retorno das atividades presenciais da rede municipal de ensino.

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