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Europa protesta contra lockdown em vários países

Governos de vários países da Europa retomaram hoje (22) medidas restritivas e confinamentos, numa altura em que a pandemia de covid-19 está, mais uma vez, descontrolada.

Áustria, Países Baixos, Bélgica e Croácia são apenas alguns dos países onde o fim de semana foi marcado por protestos, muitas vezes violentos, contra as restrições.

Entre as novas medidas está a imposição de certificado digital, a vacinação obrigatória ou o encerramento de setores e atividades.

A Áustria foi a primeira a voltar a impor, com início nesta segunda-feira, o confinamento de toda a população para travar o aumento de infecções pelo novo coronavírus. O chanceler Alexander Schallenberg decidiu, ainda, tornar a vacinação obrigatória a partir de 1º de fevereiro.

O governo austríaco estabeleceu uma duração inicial de dez dias para o novo confinamento, período durante o qual a maioria das lojas terá de fechar, os eventos culturais serão cancelados e os alunos voltarão a ter aulas online. Este período poderá ser renovado para um máximo de 20 dias, caso dez dias não sejam suficientes para diminuir os novos casos de infeção.

O confinamento na Áustria implica que as pessoas apenas saiam de casa por um número limitado de razões, como ir trabalhar ou comprar bens essenciais. Os encontros entre pessoas de agregados familiares diferentes estão limitados a dois participantes.

O ministro da Saúde austríaco, Wolfgang Mueckstein, explicou que as escolas permanecerão abertas para aqueles que precisarem ir, mas apelou a todos os pais para, se possível, manterem os seus filhos em casa.

Protestos em Viena

As notícias não foram bem recebidas pela população. Nas vésperas do regresso daquele que é o quarto confinamento no país, milhares de manifestantes, incluindo membros de grupos de extrema-direita, marcharam em Viena contra o confinamento nacional.

Segundo as autoridades, foram 35 mil os participantes em diferentes marchas pela capital, sendo que a maioria não usava máscara.

Bruxelas impõe máscara

Na Bélgica, o uso de máscara passou a ser obrigatório a partir dos dez anos de idade e o teletrabalho voltou. A vacina contra a covid-19 poderá, muito em breve, tornar-se também obrigatória no país.

As medidas foram contestadas em Bruxelas, onde 35 mil pessoas se reuniram. Os protestos começaram pacificamente, mas rapidamente deram lugar a confrontos com a polícia, que usou canhões de água e gás lacrimogêneo contra os manifestantes que atiravam pedras, foguetes e bombas de fumo, segundo várias testemunhas.

“Liberdade” foi a palavra de ordem entre os participantes, com um deles segurando um cartaz onde se lia: “Quando a tirania se transforma em lei, a rebelião torna-se um dever”.

França

Na França, o ministro do Interior, Gerald Darmanin, condenou os violentos protestos na ilha caribenha de Guadalupe, um dos territórios ultramarinos do país, onde 29 pessoas foram detidas pela polícia quando protestavam contra a decisão de impor um recolher noturno (das 18h às 5h) a partir desta terça-feira (23).

Naquela que foi a terceira noite consecutiva de motins, com lojas vandalizadas e carros incendiados, a polícia prendeu pelo menos 38 pessoas. Segundo a imprensa local, houve tiros disparados contra as autoridades.

Croácia

Na Croácia, milhares de pessoas ergueram a voz contra a vacinação obrigatória dos cidadãos para trabalhar. Com quatro milhões de habitantes, apenas 47% da população do país dos Balcãs completou a vacinação.

Apesar de números recordes de infecções e da morte de meia centena de pessoas todos os dias, milhares de pessoas juntaram-se na capital, Zagreb, carregando bandeiras croatas e símbolos nacionalistas e religiosos, com bandeiras contra a vacinação e o que descrevem como restrições às liberdades.

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