Cidades do RSNotíciasRio Grande do Sul

Definida área do futuro Parque de Proteção Animal de Caxias do Sul

Novo espaço priorizará estímulo às adoções e facilidade de acesso da população, além de contar com infraestrutura de alojamento também para animais de grande porte

Ao longo do segundo semestre do ano, Caxias do Sul já deve conhecer o projeto para a instalação do futuro Parque de Proteção Animal. A área escolhida, com aproximadamente 15 hectares, fica na linha Luciana, na Colônia Sertorina, próximo à Rodovia dos Romeiros.

Submetido a rigorosa vistoria técnica e aprovado pela equipe da Secretaria do Meio Ambiente (Semma), o novo local terá custos de instalação reduzidos para o Município, extrema facilidade de destinação de dejetos para uma estação de tratamento de esgoto do Serviço Autônomo Municipal de Água e Esgoto, praticamente vizinha, e acesso asfaltado à população.

A consolidação se dará em etapas. A primeira contempla permuta de uma área de cinco hectares, para a construção do alojamento dos animais e setor administrativo, por uma de dois hectares, localizada no Bairro Santa Lúcia. Para efetivação da permuta, a Prefeitura encaminhará projeto de lei para apreciação da Câmara de Vereadores.

A outra ação consiste na locação de um espaço de 10 hectares, na mesma propriedade, pelo período de 10 anos, renováveis por mais 10, e com opção de compra, para a localização de área de visita e lazer, dando forma ao Parque. O valor do aluguel está em negociação com Gaspar Balbinotti, proprietário dos 15 hectares. Sobre o terreno de 15 ha, há uma área de preservação natural total próxima a seis ha.

Outro movimento refere-se ao investimento em benfeitorias para edificação do alojamento e da administração do parque. A Prefeitura trabalha na permuta da área do atual canil, de 1,8 ha, na localidade de São Virgílio da 6ª Légua, com o proprietário de terreno localizado ao lado. Com esta medida, a Prefeitura também assegura que a empresa se mantenha na cidade e amplie as instalações.

“Esta opção foi construída ao longo dos últimos dois meses. A alternativa do aluguel é a melhor no momento em função da situação financeira do município. E as permutas são importantes, porque retiram a necessidade de aportes na compra de áreas, evitam trâmites burocráticos de licitação e agilizam o prazo de conclusão. Também asseguramos a permanência de uma empresa na cidade e mais postos de trabalho”, afirmou o prefeito Adiló Didomenico.

Processo transparente

O local foi selecionado a partir do resultado de uma consulta pública realizada durante o mês de março, cumprindo acordo com o Ministério Público Estadual, que apontou as características desejadas pela população para o novo espaço. “Quem participou do processo percebeu que havia uma sequência de perguntas, que buscavam identificar quais parâmetros cada pessoa considerava mais importantes nesta escolha. Vale lembrar que a consulta considerava um voto por pessoa e foram validados apenas os votos de quem completou todo processo de respostas. As respostas para cada pergunta foram avaliadas individualmente. A partir deste resultado, se chegou na escolha da nova área”, explicou o secretário João Osório Martins.

Ao todo, foram validados 1.277 votos de um total de 3,4 mil participantes. Quem não cumpriu todas as etapas teve o voto considerado inválido. E não foi aceito mais do que um voto por pessoa. “Havia a imposição de um prazo legal para a realização da consulta pública até o fim de março. O que foi cumprido pelo Executivo. E, naquele momento, havia apenas três áreas disponíveis das 14 vistoriadas.

Contudo, durante o processo de consulta surgiu uma nova área, julgada ideal do ponto de vista técnico e que atendia de forma integral todas as características apontadas como prioritárias pela população. Dentro desta avaliação, ocorreram a definição e a negociação para receber o futuro Parque de Proteção Animal”, esclarece o veterinário Paulo Vinícius Bastiani, coordenador do Departamento de Proteção Animal.

Um cinturão de mata envolve a propriedade rural, proporcionando isolamento em medida adequada. De acordo com a equipe técnica da Semma, o espaço oferece características ideais para o propósito desejado. “A população externou na consulta pública que entende como critérios importantes a criação de um parque de proteção animal, o estímulo às adoções, um local de fácil acesso e a viabilidade financeira para o Município. O terreno escolhido atende todos os requisitos. Se tudo der certo, é possível que no inverno de 2023 Caxias do Sul já tenha em funcionamento seu Parque de Proteção Animal”, acrescenta Bastiani.

Alta gama de oportunidades para a população

O futuro Parque de Proteção Animal de Caxias do Sul terá como um dos aspectos mais valorizados o estímulo às adoções. Em 2016, quando a Sociedade dos Amigos dos Animais (Soama) encerrou suas atividades no local, a área na 6ª Légua abrigava cerca de 2 mil cães e gatos. Em 2022, após um período de intensas campanhas e engajamento da população, o número caiu para menos de 500. Porém, ainda é considerado alto. “Até por isso será importante termos uma ala separada de alojamento e outra de parque, para onde poderemos movimentar os animais em momentos de campanhas de adoção, por exemplo. Além disso, será possível realizar adoções em dias úteis, ao longo da semana, mediante agendamento. E teremos, até mesmo, uma área reservada para as pessoas fazerem a despedida de seus animais, quando ocorrido o óbito”, descreve a diretora executiva Luzia Ester Santos Oss.

A proposta prevê o aproveitamento das características do terreno com o estabelecimento de espaços distintos especificamente dedicados ao parque em si e ao alojamento dos animais acolhidos. Com uma expansão, inclusive: agora, haverá também capacidade para receber animais de grande porte. O novo parque público do município priorizará a facilidade de acesso e o estímulo às adoções – aspecto sempre manifestado com grande interesse por parte da população.

Até as Organizações Não-Governamentais (ONGs) ligadas à causa da proteção animal devem ser contempladas com local para desenvolvimento de atividades ou ações de arrecadação de recursos. Posteriormente, até mesmo a soltura de animais silvestres surge como possibilidade. O mesmo vale para abertura e realização de trilhas no meio da mata.

A alta gama de oportunidades de aproveitamento é permitida pela área escolhida pelo município para a implantação do Parque de Proteção Animal – e não mais apenas um canil. O conjunto de atributos que determinou a seleção foi apontado pela própria população em recente consulta pública aplicada pelo Executivo.

“Até mesmo esta ligação com uma estrada bastante conhecida, como a Rodovia dos Romeiros, permite, por exemplo, que se utilize a visibilidade e o intenso fluxo de pessoas durante os festejos de Caravaggio para campanhas de adoção. Inclusive, pela forma como será projetado o novo espaço, com locais separados para alojamento e parque, os visitantes poderão trazer seus próprios animais para aproveitar o passeio”, comenta o secretário Osório Martins.

Botão Voltar ao topo