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Coruja e serpente são resgatadas em São Leopoldo

A Guarda Civil Municipal, através do seu Grupamento de Defesa Ambiental, realiza o resgate de uma coruja-orelhuda e uma jararaca.

Na sexta-feira, 19 de janeiro, o Grupamento de Defesa Ambiental (GDA) Ipson Pavani da Guarda Civil Municipal (GCM) realizou o resgate de uma coruja-orelhuda (Asio clamator) e uma jararaca (Bothrops jararaca).

A coruja foi localizada em frente a um colégio no bairro Morro do Espelho, após o GDA ser notificado pelo segurança da escola através do número 153. O pássaro tinha lesões na pata esquerda e no olho direito. Foi levada para o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) para avaliação e passará por um processo de reabilitação com o objetivo de reintegrá-la à natureza.

A cobra, com aproximadamente 80cm de comprimento, foi encontrada no terreno de uma empresa no bairro Fazenda São Borja. Foi avistada à noite e um segurança monitorou o arbusto onde a cobra se escondeu até a chegada dos agentes do GDA. A cobra parecia saudável e foi levada ao Ibama, em Porto Alegre, para receber tratamento adequado antes de ser reintegrada ao seu habitat natural.

Capacitação

Recentemente, agentes do GDA participaram de um treinamento para resgate e manejo de animais silvestres no Zoológico Municipal de Canoas. A capacitação ocorreu em maio de 2022 e contou com a presença de cinco agentes do grupamento. A bióloga Gabriela Souza e a veterinária Isadora Favreto, ambas do Centro de Triagem de Animais Silvestres (Cetas) do zoológico, coordenaram a atividade.

Reintegração

Em setembro de 2021, o GDA ajudou uma equipe do Zoológico Municipal de Canoas a liberar uma coruja da mesma espécie que havia sido resgatada na cidade. Após o processo de reabilitação, a coruja foi solta na Base Ecológica do Rio Velho, no bairro Vicentina.

Acidentes com animais peçonhentos

Segundo o Ministério da Saúde, a espécie Bothrops jararaca é responsável pela maioria dos acidentes com cobras no país, representando 69,3% das mordidas registradas no Brasil. Os sintomas principais da mordida de uma jararaca adulta em humanos são dor e inchaço local, às vezes com manchas roxas e sangramento na ferida. Também podem ocorrer sangramentos em mucosas, como nas gengivas. As complicações podem causar infecção e necrose na área da mordida e insuficiência renal.

Jararaca – Foto: Divulgação /Scom/ PMSL

A recomendação é não ferir nem matar o animal. De acordo com o artigo 29 da lei 9605/98, matar, perseguir, capturar, utilizar espécimes da fauna silvestre, nativos ou em rota migratória, sem a devida permissão, licença ou autorização da autoridade competente, ou em desacordo com a obtida, resulta em detenção de seis meses a um ano e multa. Em caso de contato com alguma espécie, a GCM pode ser acionada pelo telefone 153.

A Secretaria Municipal da Saúde (Semsad) orienta que, em casos de mordidas de animais peçonhentos, a pessoa seja levada imediatamente para o Hospital Centenário.

O que fazer em caso de acidente com animais peçonhentos

  • Procure atendimento médico imediatamente.
  • Informe ao profissional de saúde o máximo possível de características do animal, como: tipo de animal, cor, tamanho, entre outras.
  • Se possível, e caso tal ação não atrase a ida do paciente ao atendimento médico, lave o local da picada com água e sabão, mantenha a vítima em repouso e com o membro acometido elevado até a chegada ao pronto socorro.
  • Em acidentes nas extremidades do corpo, como braços, mãos, pernas e pés, retire acessórios que possam levar à piora do quadro clínico, como anéis, fitas amarradas e calçados apertados.
  • Não amarre torniquete no membro ferido e, muito menos, corte e/ou aplique qualquer tipo de substância (pó de café, álcool, entre outros) no local da picada.
  • Não tente “chupar o veneno”, essa ação apenas aumenta as chances de infecção local.

Jararaca (Bothrops jararaca)

De acordo com informações do site do Instituto Butantã (butantan.gov.br), a jararaca (Bothrops jararaca) é uma das serpentes mais comuns do sudeste Brasil, mas há várias espécies de jararacas (gênero Bothrops) espalhadas por todo o país. Ela pode ser encontrada da Bahia até o Rio Grande do Sul, associada à Mata Atlântica, e eventualmente em algumas regiões do Paraguai e da Argentina que fazem fronteira com o Brasil. As fêmeas da espécie são maiores que os machos: elas alcançam cerca de 1,5 metro de comprimento, ao passo que eles podem chegar a até 1 metro. A reprodução é vivípara, ou seja, ela abriga os ovos no seu interior.

Uma característica típica dessa serpente é o seu policromatismo: isso significa que seu padrão de cores varia de cobra para cobra, com tons marrons escuros ou claros, verdes, acinzentados ou amarelos. Além disso, ela possui desenhos em forma de ferradura na lateral do corpo com diferentes cores, geralmente mais escuros que o restante dos membros.

Ela caça principalmente à noite, quando fica à espreita de suas presas, com seu corpo enrodilhado e com a cabeça preparada para o bote. Seus hábitos de forma geral são terrestres, mas ela também pode ser encontrada em locais mais altos, a até 1 metro do chão.

Os alimentos preferidos da jararaca são pequenos mamíferos, mas quando jovem ela costuma comer lagartos e lacraias. Por esse motivo, seu veneno muda de acordo com a idade: o dos juvenis têm ação anticoagulante sanguínea, mas na fase adulta a ação inflamatória é mais intensa.

Coruja-orelhuda (Asio clamator)

É uma espécie relativamente comum no Brasil, vive em habitats abertos e semiabertos, como campos naturais com árvores esparsas, cerrado, borda de matas, áreas rurais e parques urbanos. Apesar da ampla distribuição, é uma coruja discreta, facilmente subamostrada em campo. É principalmente noturna, tornando-se ativa já no pôr-do-sol, gosta de caçar roedores e outros pequenos mamíferos. Também conhecida como mocho-orelhudo e coruja-gato.

Em menor frequência, também caça morcegos, lagartos, aves e insetos. Caça a partir de um poleiro, observando a presa e se atirando em seguida. Costuma pousar sobre mourões de cerca ou postes à espreita de suas presas. Aproveita a luminosidade lunar para aumentar as chances de capturar uma presa noturna, como roedores e marsupiais.

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