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HT Micron desenvolve solução inédita no Brasil em parceria com a Unisinos

O futuro dos semicondutores brasileiros

A HT Micron lançou, nessa terça-feira, 18/6, o primeiro semicondutor para o mercado de Internet das Coisas (IoT) totalmente projetado e fabricado no Brasil. Fruto de uma parceria da empresa com o itt Chip, o IMCPHT32SX, ou iMCP, coroa o aniversário de dez anos da companhia com um reposicionamento de mercado que coloca o Brasil como um dos poucos países no mundo capaz de entregar produtos para esse tipo de solução tecnológica.

“Nós estamos entregando uma maior capacidade em uma série de áreas onde esse produto pode ser empregado usando a IoT”, afirmou o CEO da HT Micron, Chris Ryu. Segundo ele, o novo produto pode ser usado em áreas que vão desde a Inteligência Artificial para automação de processos até tecnologias hospitalares, passando por carros autônomos e cidades inteligentes.

O iMCP é um System-in-package (SiP). Ou seja: um conjunto de diversos semicondutores integrados para desempenhar várias funções e encapsulados em um único chip, miniaturizando o hardware enquanto simplifica o design e a produção dos diversos componentes.

Normalmente, soluções SiP são projetadas para serem genéricas, justamente para que possam ser usadas na maior variedade de produtos possíveis no mercado de IoT. Isso assegura uma boa penetração mercadológica, mas não garante uma forma amigável para que o produto possa ser bem trabalhado.

O iMCP vai além nesse quesito, entregando também controladores nos quais o chip pode ser montado e testado para executar funções simples. Na demonstração do produto, um dos engenheiros responsáveis pelo projeto e diretor de pesquisa da HT Micron, Willyan Hasenkamp, apertou o botão do controlador para demonstrar como é possível verificar, em um computador, quantos dados estão sendo enviados pelo chip. Além disso, todos os presentes previamente inscritos para o evento receberam um e-mail vindo diretamente do chip, que assim “agradeceu” a todos pela presença em seu lançamento.

A HT Micron, que é controlada pela empresa coreana Hana Micron, iniciou suas operações em uma infraestrutura prévia, em julho de 2011, no Tecnosinos. Sua sede definitiva, com dez mil metros quadrados, foi inaugurada em junho de 2014. Com a nova sede, a HT Micron ampliou sua capacidade de produção e começou a parceria com os Institutos Tecnológicos da Unisinos, especialmente o itt Chip. Até 2016, sua produção era focada em memórias para celulares (DDR2, DDR3 e DDR4). Percebendo as movimentações do mercado, a empresa vinha trabalhando para se reposicionar no mercado brasileiro, ingressando na área de semicondutores.

Foto: Aurora Imagens

Para o CEO Chris Ryu, a integração da HT Micron com a Unisinos é crucial para que produtos como o iMCP sejam desenvolvidos. “A HT Micron investe o dinheiro e contrata as pessoas. Mas são necessárias as melhores mentes para desenvolverem as mais avançadas tecnologias do mundo hoje, tais como o mercado de IoT. Sem os recursos humanos, não seria possível ter os semicondutores no nosso rol de negócios”, apontou.

Além do desenvolvimento, o gestor justificou também que a continuidade do trabalho, com a identificação de cada vez mais parceiros para o uso de produtos como o iMCP, depende de parcerias como a da HT Micron com a Unisinos. “O itt Chip opera nessa parte de projetar e testar essa tecnologia, enquanto que a nossa é de desenvolver o produto, mecanicamente falando. Nós ajudamos um ao outro.”

O desenvolvimento do iMCP durou apenas sete meses. Tudo começou entre uma ligação entre Willyan e seu colega Han Su Choi, que sugeriu a ideia desenvolvida em conjunto. “Sempre que você tem dúvidas sobre um produto, leva mais tempo. Nós tomamos uma decisão executiva. Quando você vê algo e sente que dará certo e será bom, você tem que fazer imediatamente”, assegura Choi.

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