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Rio dos Sinos: baixo nível acende alerta no Vale

Consórcio Pró-Sinos mobiliza municípios da região com ação que envolve o compartilhamento de dados da Plataforma de Monitoramento Espacial e contato permanente com as áreas ambientais

O Consórcio Pró-Sinos está monitorando de perto a situação do Rio dos Sinos, diante da estiagem que provoca a redução do nível e da vazão das águas. A diminuição do volume de chuva e a sequência de dias quentes oferecem risco para a região, que já registrou a morte de peixes no início da semana. Interlocutor entre os 28 municípios consorciados dos 30 que compõem a bacia hidrográfica, o Pró-Sinos tem compartilhado informações técnicas e acompanhado a repercussão em cada cidade.

A plataforma do Programa de Monitoramento Espacial do Pró-Sinos contempla dados sobre a qualidade da água, o acumulado de chuva, nível do rio e vazão, compartilhados por entidades como o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) e Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA). Para acessá-la, clique aqui.

Foto: Estevan Benacchi /Scom/PMSL

Em meados de dezembro, a campanha de medições já revelou situação preocupante dos pontos de monitoramento situados no baixo Sinos, com a piora nos valores dos parâmetros de qualidade da água. Inclusive, registrou-se o valor mais baixo no IQA desde o início das medições, na foz do Arroio João Corrêa em São Leopoldo: IQA=11,06. A escala de qualidade medida pelo IQA vai até 100, sendo esse o valor da água de melhor qualidade.

Em relação ao acompanhamento dos dados de quantidade de água no Rio dos Sinos, a Estação da ANA em São Leopoldo, indicava na terça-feira (4) 38 cm. Este é um valor de nível relativo, medido a partir de um ponto de referência. O valor mais frequente deste indicador é 133 cm, o que indica que o valor medido na terça-feira (4) está de fato baixo. Na captação de água do SEMAE, o nível considerado adequado para esta época do ano é de 2,5 metros e, na mesma data, registrou-se 1,1 metros.

Na terça-feira, a vazão do rio chegou a 8,72 m³/s. Conforme o Plano de Gerenciamento da Bacia Hidrográfica do Rio dos Sinos, a vazão normal é da ordem de 71 m³/s. Em épocas de estiagem, pode chegar a 2,9 m³/s, situação crítica, na seção de São Leopoldo, onde está a Estação da ANA. Esse dado revela que, embora a vazão registrada recentemente seja preocupante, ainda não é crítica.

Uma consequência preocupante da estiagem é que parte do esgoto das cidades fica retido nas tubulações. Assim que chove, o resíduo represado vai para o rio. Sendo um volume de chuva pequeno, o aumento de matéria orgânica poderá produzir um consumo excessivo de oxigênio e ocasionar a mortandade de peixes. Tal situação só pode ser corrigida pelo investimento no tratamento de esgotos das cidades.

Para o abastecimento de água potável das cidades, a maior concentração de poluentes ainda pode ser contornada por tratamentos caros, realizados nas Estações de Tratamento de Água. Mas, para a falta de água, não existe outra alternativa que não seja o consumo racional. Na avaliação do presidente do Pró-Sinos e prefeito de Esteio, Leonardo Pascoal, além do monitoramento e da troca de informações entre os gestores – que permitem tomadas de decisão mais seguras, baseadas em dados –, é fundamental o engajamento da população. “Neste período de férias, as famílias estão mais em casa, e o consumo de água geralmente aumenta. No entanto, precisamos de consciência para evitar o desperdício”, destaca o presidente.

Evite o desperdício de água:

  • Evite lavar calçadas, carros, molhar plantas e encher piscinas até a situação normalizar.
  • Acumule a roupa para utilizar a máquina de lavar na capacidade máxima.
  • Ao lavar a louça, feche a torneira e utilize apenas para enxágue.
  • Não deixe a torneira aberta enquanto escova os dentes.
  • Combata vazamentos mesmo que sejam apenas pingos.
  • Seja rápido no banho e desligue o chuveiro enquanto se ensaboa.
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