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A imagem e história do bicheiro no imaginário nacional

Na ilegalidade desde 1941, o jogo do bicho pode ser regulamentado pelo governo novamente

O jogo do bicho e sua história fazem parte da formação da sociedade brasileira. Esta tão difundida prática conhecida popularmente como jogo de azar está extremamente enraizada na rotina diária dos brasileiros. Quem nunca viu uma banca de jogo do bicho na praça do seu bairro, perto de casa?

Como o jogo do bicho ainda não é legalizado e regulamentado no Brasil, esta prática é gerida e administrada pelos bicheiros – figura cercada de um extenso e variado imaginário e folclore.

De acordo com a justiça, os bicheiros são contraventores, já que desde o dia 3 de outubro de 1941, o então presidente Eurico Gaspar Dutra assinou a Lei de Contravenção Penal. A partir desta data, os jogos de azar passaram a ser proibidos em todo o território verde e amarelo.

Mesmo sendo considerados criminosos, nem sempre os bicheiros foram vistos desta maneira por parte da sociedade. É diferente do que acontece com chefes do tráfico de drogas ou até mesmo com os donos de cassino.
Durante a era de ouro do jogo do bicho no Rio de Janeiro, muitos bicheiros eram tidos como grandes celebridades.

Exemplo maior deste fato era Castor de Andrade, um dos maiores administradores do jogo do bicho. Ele colocava o seu dinheiro no futebol, no Bangu, e no samba, na Mocidade Independente de Padre Miguel.

Castor de Andrade – Foto: Divulgação /Domínio Publico

Enquanto o Castor foi vivo, estas duas instituições da Zona Oeste do Rio viveram momentos de glória dentro de campo e da Marquês de Sapucaí, respectivamente.

Uma maneira também de cativar a população era ajudando e dando assistência aos moradores dos locais em que ele e os demais bicheiros tinham pontos do jogo do bicho.

Legalização do jogo do bicho

Mesmo com a ilegalidade, o jogo do bicho cresceu de uma forma tão grande que se tornou parte da cultura nacional. Décadas depois, em 2022, o Congresso Nacional, em Brasília, no Distrito Federal, abriu a discussão para a liberação desta prática, assim como os cassinos físicos e outros jogos de azar.

No dia 24 de fevereiro do ano passado, com a votação ficando em 246 votos a favor e 202, a Câmara dos Deputados aprovou o texto-base do projeto de lei que prevê a liberação do jogo do bicho.

O próximo passo do processo da legalização é passar por uma nova votação, esta agora no Senado Federal. No entanto, nesta casa legislativa os parlamentares irão travar uma batalha. Isso por que foi criada a Frente Parlamentar contra jogos de azar, liderada pelo senador Eduardo Girão, do Podemos-CE.

Os políticos contra a liberação argumentam que os jogos de azar facilitam o vício, além de crimes como corrupção, lavagem de dinheiro e evasão de divisas.

Do outro lado da discussão, os parlamentares a favor afirmam que será possível arrecadar ainda mais impostos para serem injetados posteriormente em diversos setores da sociedade brasileira, gerando assim muitos empregos e oportunidades para a população.

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