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Importadoras precisam definir caminho no mercado da decoração

Consultora de negócios Luciana Locchi, especialista no setor de Casa & Decoração, fala sobre o papel dos fornecedores no sucesso dos varejistas e lista alguns pontos de atenção para o mercado

Pesquisas, entidades e especialistas mostram que o mercado de casa e decoração deve retomar crescimento após o “boom” das reformas na pandemia da Covid-19. Luciana Locchi, consultora de negócios, vem atuando de perto neste mercado e alerta: “O mercado da casa está retomando, porém vejo que muitas importadoras não estão sabendo qual direção tomar”.

Segundo a ABCasa, a expectativa para 2023 é de um crescimento de quase dois dígitos, sendo um ano bastante promissor para o setor. Em entrevista à BandNews, o presidente da entidade, Eduardo Cincinato, disse que um setor que emprega cerca de 2,4 bilhões no Brasil e que algumas situações econômicas podem servir de fatores motivadores para o aquecimento do mercado como a inflação, a queda nos fretes de importação e o câmbio.

No entanto, durante sua participação na ABCasa Fair 2023, em São Paulo, Luciana Locchi listou alguns pontos de atenção para fabricantes e importadores conseguirem acompanharem essas promessas de crescimento do setor. Segundo a especialista, as marcas e importadoras precisam estar atentas à grande tendência do mercado que é pensar em comportamento de consumo. “A beleza dos produtos precisam estar atrelados aos hábitos dos consumidores”, explica a especialista.

Locchi cita uma pesquisa recente sobre o Consumidor do Futuro 2024, realizada pela Worth Global Style Network (WGSN) para ajudar as marcas a compreenderem quais serão os novos hábitos de um público que vai comprar, ou até mesmo cocriar seus produtos, listou 4 diferentes perfis consumidores: os Reguladores (que após anos de incertezas e mudanças, se baseia na consistência como mecanismo de sobrevivência); os Conectores (contrários à cultura da pressa e determinados a reescrever as regras do empreendedorismo e do compartilhamento); os Construtores de memórias (os sentimentos pós-lockdown de culpa e remorso estão sendo transformados em vidas mais enxutas e novos conceitos de família); e o Neo-sensorialistas (adoram tecnologia, mas não querem enxergar a vida por um headset de realidade virtual).

Segundo a especialista, outro grande equívoco das marcas e importadores é pensar que apenas os lojistas são seus consumidores, o que não é verdade. “Hoje, o cliente que consome é o consumidor final, então eu acredito que toda a comunicação tem de que ser pensada para esse público, com o objetivo de geração de desejo e de construção de marca”.

Locchi conta que tem atuado neste setor com consultorias para detectar e propor soluções de novas abordagem de mercado. “São consultorias de mais ou menos 6 meses, que incluem análise, definição de novas estratégias, acompanhamento do desenvolvimento e tempo de maturação”.

Meses após a Copa do Mundo, Black Friday, Natal e novo cenário político, o que fica para as empresas que atuam no varejo é a incerteza de como será o mercado daqui para frente. Por isso, Luciana Locchi ressalta a importância de participar de feiras como a ABCasa Fair para conseguir direcionamentos sobre no que investir, o quanto investir e como fazer isso de forma consciente e estratégica. “Nesse processo, eu acredito que a função do fornecedor é oferecer essa visão e orientar o lojista sobre algumas estratégias de atuação”, ressalta.

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