Com a promessa de que os Estados Unidos recuperarão seu lugar histórico como potência global, o presidente Trump retorna à Casa Branca após quatro anos, depois de perder as eleições para o democrata Joe Biden, em um dos processos eleitorais mais disputados dos últimos tempos. Biden, o ganhador naquela oportunidade teve um mandato marcado pela controvérsia, direcionando políticas que, segundo seus críticos, enfraqueceram a liderança global dos Estados Unidos.
O novo chefe de governo assinou uma série de ordens executivas (decretos), algo tradicional no processo de troca de poder no país. Entretanto, Trump enfrenta importantes desafios durante os próximos quatro anos, os quais se espera que possa superá-los com sucesso. Um dos gestos mais importantes da cerimônia de transferência de poder foi a presença de muitos presidentes que dividem a mesma visão política de Trump, assim como convidados estratégicos próximos ao republicano.
Trump chega ao poder com uma missão muito clara: cumprir as promessas de campanha. Entre os temas mais importantes se destacam a Groenlândia como uma possível vitória geopolítica, a recuperação da liderança dos Estados Unidos em âmbito global, a gestão da crise migratória e seu impacto na criminalidade, a agenda econômica direcionada a melhorar a estabilidade financeira dos americanos e a luta contra a grave crise originada pelo consumo de drogas.
De outro lado, o partido democrata saiu enfraquecido das eleições e agora enfrenta o desafio de se reconstruir como organização política nos próximos quatro anos para estar prontos para as próximas eleições presidenciais.
A nova proposta do governo de Trump inclui como objetivos principais a redução da burocracia, a diminuição de impostos e o reforço nas relações com a América Latina como prioridade estratégica. A demonstração desse interesse é a nomeação do senador Marco Rubio como novo secretário de Estado, com a intenção de estabelecer maior controle na região. A nova administração Trump buscará a adoção de uma postura mais firme, especialmente com governos autoritários como os da Venezuela, Cuba e Nicarágua e outros governos socialistas como a Colômbia.
Em seu discurso de posse, Trump prometeu recuperar a liderança perdida dos Estados Unidos nos últimos anos e devolver a grandeza ao país. Com uma onda de mudanças em andamento, afirmou que os Estados Unidos devem ser, novamente, protagonistas no cenário global.
O tema da proteção das fronteiras também foi eixo central do discurso, juntamente com a gestão dos recentes desastres naturais ocorridos na Califórnia. Trump destacou, entretanto, a necessidade de abordar a ideologização da justiça, comprometendo-se a desideologizá-los.
Outro ponto importante foi sua proposta de melhorar o sistema educativo, promovendo o retorno da visão tradicional americana. Algo que, segundo ele, fortaleceria os valores fundacionais do país. Também sinalizou que sua administração buscará restaurar a democracia e a liberdade do povo americano e ainda promover a integridade, a livre concorrência e a lealdade no governo dos Estados Unidos.
Espera-se que esta nova administração republicana seja o ponto de partida para que os Estados Unidos recuperem seu lugar histórico como potência global e, com isso, representar um benefício significativo e uma oportunidade para a América Latina.
Aldo Lorenzi Bolaños, advogado e consultor para as áreas pública e empresarial. Diretor de AL & Associados em Lima no Perú. Fundador de Demokraci@, membro da Sociedade Peruana de Direito e da Associação de Juristas Tomas Moro da Argentina. Autor de livros sobre política, articulista em diversos veículos de comunicação.